Pular para o conteúdo principal

Postagens

Inunda o quarto

Postagens recentes

O tempo estiou

Te olho nos olhos e vejo essa imensidão sem fim Submersa entre dois mundos  Te percebo sem jeito  Com medo  Atenta a tudo mas distante de mim O sol já calado dá lugar a uma chuva inesperada Procuro seu olhar que vaga  Deságua pra longe Inunda de silêncio o ambiente  Chove  Chove  Chove O tempo não para Você que não fala Seu olhar que se perde  E eu não entendo Decerto seja o tempo nos dizendo para ir com calma Mais calma Silêncio  Por dentro você grita Insista! Resista! Persista! A chuva dá lugar a brisa  Te olho sem querer falar  Levantamos  Estiou  Nos abraçamos  Você não se reconhece como sendo uma beleza viva  Se tranca dentro da jaula da alma Aflita Necessitada de um espelho De um brilho De um toque  Eu te toco, te apresento a você  Olhe para dentro de mim  Olhe para dentro de si A chuva parou O tempo esfriou Mas você segue bela, sem saber  Sem entender  Sem ver além Vira as cos

O sol já se foi

Meu olho te viu Perdida dentro de si Olhando para o infinito Uma lágrima na canto dos olhos sempre pronta a cair Seu sorriso confundiu o meu Suas palavras, cruas, cortavam o ar até tocar em mim Nada senti Te chamei para perto Você relutou, gritou, bradou Te olhei com ternura e você se encolheu Eu quero cuidar de você Caminhar Conhecer Me envolvi. Te envolvi. Seus olhos gritavam Sua boca nada falava Eu sorri O silêncio nos abraçou A paz te alcançou O sol se escondeu mas o céu não escureceu Olha só Aqui estamos Dia após dia, passo a passo Olhe pra mim O que você vê? Olhe em meus olhos Confie. Transborde. Ame. Suporte. Mais um dia Menos uma lágrima Mais palavras Menos rancor Mais amor Por favor Mais amor Menos de nós Mais dessa paz Te peguei pela mão Te mostrei o infinito Te mostrei o meu mundo Reaprendi a beber da infância Que mal há? Não há Estamos aqui Olhos nos olhos Mãos com mãos O céu está claro Mas o sol já se foi Ele se foi

Se eu soubesse

As lágrimas caem como gotas cortantes e as suas palavras machucam o meu peito. Eu gostaria de ouvir mais uma vez para entender a profundidade da sua decepção. Eu queria ver os seus lábios se movendo com a fúria que as frases se formam à minha frente, queria poder tocar o silêncio que se instaurou e esmagá-lo com a força que me restou. Se eu soubesse que hoje seria o último dia, permitiria aquela dança prometida no meio do salão. Permitiria que os seus dedos percorressem o meu corpo e você sentisse o arrepio da minha pele nua. Se eu soubesse que hoje tudo ficaria cinza, como estava antes, teria te alcançado na rua depois da chuva e feito mais um comentário sobre o céu estar caindo e mudando de cor. Quem errou fui eu em não ter aberto o coração e exposto a bagunça do quarto. Quem errou fui eu em não ter dito sim e me contentado com o sussurro do não. Errei por ter tido vergonha de aceitar que tudo está desmoronando ao meu redor, errei por não tentar explicar e por ter deixado pra tr

Manifestando o amor

Me vejo perdido entre o que devo fazer e o que realmente faço Essa dualidade de sensações e sentimentos insistem em dominar meus pensamentos desde que me entendo por gente Gente, é difícil não se corromper com o que o mundo nos oferece, é difícil andar na linha quando o corpo insiste em andar em círculos, é difícil sair dessa cadeia que nos prende de maneira que nos impede até de pensar No que eu deveria pensar? Nas pessoas que andam solitárias mesmo estando rodeadas de gente, por exemplo? No senhor que vive tropeçando na rua, por estar tão cheio de bebida? Na mãe que embala seu filho na madrugada, chorando, por não ter o que dar a ele de comer, depois que o marido os deixou? Na igreja que não entende o seu papel aqui na terra e vive fazendo shows para atrair a atenção dos que já nem sabe o que querem? Eu não sei mais. Meu corpo vaga pelas ruas e os pensamentos são os mais banais. Penso, penso, penso e acabo chegando a lugar algum. Eu sei o que deveria fazer. Sei em

Aprendizagem

Esses dias estive pensando no quão complexo é essa ideia de aprendizado. Como sabemos ler? Quando aprendemos a juntar as letras e saber que aquela palavra tem um significado para todos e que realmente faz sentido? Como cobrarmos isso de um aluno que pouco percebe a diferença entre o P e B, por exemplo? Como instrui-lo, de forma que ele realmente entenda o que estamos tentando passar em sala? Eu não sei. Você sabe? Como o coração é a sede das nossas emoções e circulações, o pulmão recebe o ar que nos mantém vivos, de pé, o cérebro é responsável pela aprendizagem. Isso sabemos, podemos entender. Não basta reconhecer uma letra, ela precisa fazer morada nos olhos, no córtex e é aí que toda magia acontece. As palavras dançam no nosso cérebro, fazem sinal para nós e ao abrirmos a boca, ela sai. É pronunciada como um sopro, voa por aí. Com o outro nem sempre é assim. É uma caminhada que requer esforço, dedicação, exercício, nem sempre no abrir dos lábios ela se apresenta. Às v

Sobre saudade

Sobre aprender a lidar com a saudade Aprender a conviver com a distância Não se importar com a despedida Não sei Sobre viver tentando superar Sobre ouvir a voz sem querer chorar Ter sonhos bons e não ter que despertar Não sei Sobre olhar as fotos e não sorrir Sobre não querer partir para encontrar de perto Sobre saber os riscos e manter o peito aberto Cansei Eu queria diminuir a distância Trazer para perto a presença Ouvir colada as histórias e não ter medo da ausência Queria encurtar o espaço dos passos Sentir apertado o abraço Sorrir com o cheiro familiar Mais um dia que chega Uma noite que lampeja Saudade Saudade Saudade Bate na janela Bate no coração Aumenta a expectativa E eu não sei dizer não Sobre viver sem você por perto, não sei Sobre ouvir notícias suas e continuar sorrindo, não sei Sobre olhar as fotos e não chorar, não sei Vou aprender Vou desenvolver o gosto pelo tentar Não desistir Insis