E hoje eu vou sair por ai, gritando ao mundo como tem sido e como vai ser daqui pra frente. As lágrimas já escorrem pelo rosto com tanta facilidade, as portas que se fecham com a força da dor já não querem abrir e os trincos se trancaram para nunca mais. Hoje o dia não amanheceu, surgiu. Tomou de assalto, machucou , fincou na pele e sangrou. Eu não queria acordar, já não faz sentido reviver momentos, experimentar sorrisos, dar chances que não sei acreditar. Olhe, talvez eu não saia. Talvez eu fique em casa mesmo, olhando para o teto, desenhando arco-íris nesse rosto pintado de solidão. A rua está movimentada e eu não quero encontrar pessoas, inventar argumentos, falar. Simplesmente não quero sequer ouvir vozes estranhas. Não quero. Hoje eu acordei sendo uma flor . Sendo uma flor nascendo no meio do asfalto. Naquelas rachaduras, nas memórias de uma liberdade conquistada, com sensações frias, sufocada. Amanheci sendo uma flor triste. Que com o passar do tempo seria arrancada e