Ficou o vazio. Eu grito, grito para o vento na esperança de que me venha um socorro, um abraço, uma presença real e calorosa, mas tudo o que me restou foi um cheiro forte e irreal. A manhã demora de passar e o quarto fica cada vez mais frio, solitário, cinza. Sem graça, sem vida, choroso. Não adianta chamar seu nome, não adianta chorar vendo foto, lendo cartas, sentindo esse perfume espalhado pelo quarto inteiro. As palavras que eu queria ter dito, guardei somente para mim, e estão todas amarradas na minha garganta, me impedindo de pronunciar qualquer coisa, me impedindo sequer de respirar. Falta você, falta um pouco de mim querendo viver, falta seu sorriso para iluminar o meu. Falta a sua presença ainda que calada no canto do colchão. Falta alguém. Um quê, um mais. Não sei lidar com finais, com abraços apertados, com lágrimas de saudade, com despedidas. Não sei dizer adeus – tenho medo do que vem depois. Não sobrou mais nada seu dentro do meu guarda-roupa, não tem nem mesmo uma f