O caminho continua o mesmo, as gotas de chuva machucam feito canivete na pele fria agora. Grito ao vento na esperança de te trazer para perto, para te fazer mais fácil, mais meu, mais certo, decerto essa saudade passaria, essa agonia teria fim. Os cacos de vidro se misturaram com os pedaços partidos do meu coração no chão, tentei juntá-los, mas nada do que eu fiz abreviou essa falta, esse vazio, esse buraco que sangra, inunda de dor todo o meu corpo. Falta você, falta nós dois, falta algo. Esse algo eu já não posso ouvir, nem ver, nem tocar sequer com as pontas dos dedos gelados, sedentos por você. Eu continuo aqui, você continua ai. Perdidos um do outro, desconhecidos, indesejáveis. O que era amor hoje só restou um segredo. Eu não deveria querer, nem sonhar. Queria atear fogo nas suas lágrimas, inundar o seu quarto de saudade, fechar os olhos e nunca mais ver o seu rosto lindo nas minhas lembranças. Queria te abandonar, sozinho, sentado na beira da estrada pedindo para que eu vo