Estamos a sós. Me diga alguma coisa, vai. Uma palavrinha tua, apenas. Me diz tudo aquilo que ando louca para ouvir de você, da tua boca. Diz. Então sussurra. Ou me ensina a captar esse sinal de telepatia que há tempos não exercitamos, essa língua que somente os poetas e inteligentes conseguem receptar. Eu já desgastei a minha cota de desvendar mistérios, revelar segredos, de intuição. Me diz o que esperar dessa voz rouca de sono, desse silêncio que canta aos nossos ouvidos. Me diz, vai. Diz que estou sedenta por qualquer barulho teu. Diz que me venera, que me adora, que quer cuidar de mim. Diz que sente falta das nossas loucuras, das nossas tardes de frio, das minhas coxas nuas. Diz que qualquer canto comigo é bom e que o nosso amor é o mais bonito. Inventa qualquer besteira, mas diz. Eu adoro o teu olhar castanho e a tua barba sempre por fazer. Adoro a agonia que você faz diante do meu corpo frio e preguiçoso. Adoro me envolver nas suas pernas e deitar no teu peito nu. Adoro ess