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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Toma-me, leva-me pra casa

Você sempre me diz que eu não vou embora Que não sei viver sem a sua presença, me rodeando Você vive afirmando que seria mais fácil eu parar de pensar numa despedida para nós Que eu jamais conseguiria te dizer adeus Mas olha quem está te deixando agora Olhe para o corredor do nosso prédio e veja as malas postas em frente a porta A vergonha O medo A insatisfação Todos enfileirados, indo junto com a dor Você sempre arranjou um jeito de voltar Sempre me conduziu a culpa e ao remorso por estar cogitando me despedir E eu chorei por dias e noites, sem fim Olhe através da janela, estou saindo pelo portão Deixando seu orgulho, sua falta de compaixão, sua incerteza guardadas na gaveta do nosso quarto Estou indo embora, sim Confesso, não quero Fico olhando para trás na esperança de te ver correndo atrás de mim, me propondo uma segunda conversa Paro diversas vezes esperando você chegar Não posso, eu sei Queria ficar Queria ver tudo mudando para nós Queria seu sorriso

Assumindo

Ainda é cedo para reconhecer que perdi Não para reconhecer, para assumir Eu perdi Perdi os sonhos, a segurança, a paz Lentamente me vem as cenas se entrelaçando com a neblina da madrugada fria e quieta Falta tudo agora e faz frio Será que alguém poderia me ouvir gritar daqui? Será que alguma coisa ainda pode ser reconstruída? Estou assumindo, com a minha falta de sono Estou assumindo, com a minha insatisfação Estou assumindo, com a minha desconfiança Eu reconheço esse vazio Esse silêncio Esse espaço que fica entre o nada e o medo Já corri Já chorei Já me tranquei Se ouço a chave na fechadura girando, silencio Se não ouço, grito na esperança de ver alguém chegando e me arrancando daqui Estou sumindo Já não resta nada Nem a minha a alma Nem a mim Cind Jami (L

Despedidas

Eu prometi não falar nunca mais em despedidas Prometi a mim mesma que nem em despedidas eu iria Que tudo aconteceria normalmente e que se eu percebesse que algo me levaria a uma, eu daria meia volta e seguiria adiante Prometi que as amizades que eu tinha construído na vida me eram suficientes e que elas me bastavam porque sabia que todas estavam protegidas no que se diz respeito a abraços apertados, embalados por um adeus, pelo som daquela leve dor Prometi que não iria mais a despedidas Eu já disse isso? Pois prometi a mim mesma que caso fosse, não choraria Porque adultos não choram em despedidas E foi aí que você apareceu Me viu sem máscaras e sem julgamentos me acolheu, me abraçou Investiu tempo, contratempos e cuidou Cuidou de mim a pedido do Pai Caminhou comigo Me segurou firme pela mão, sempre atenta para que eu não tropeçasse Me apoiou Me ouviu, se ateve aos detalhes e me amou E eu me via reproduzindo as suas palavras com familiaridade A

Raios de sol

Da janela aberta consigo ver os primeiros raios de sol Percebo que não dormi e que muito provavelmente, não vou Nesse ínterim recebi um turbilhão de mensagens, possivelmente de deboche ou de afronta Falta respeito, busco aconchego e não acho, tampouco carinho neste lugar As lágrimas já não rolam mais E eu fico imaginando como seria não sentir dor, não sentir medo, não sentir nada Fico imaginando como seria levar a vida sem se prender, só ser Ser solitária, ser mais prudente, ser.. Vagamente. Os primeiros raios de sol entraram pela minha janela para me avisar que os dias estão correndo, já não esperam E a tristeza já estancada, escorre timidamente pelo canto dos olhos E eu vou sentindo meu corpo cansado Minha alma pesada Meu coração partidinho em pedaços Um segredo nosso Só você pode saber Eu que tentei todo esse tempo ignorar os sentimentos Hoje me deparo com tanta coisa bonita A rua está florida