Me vejo perdido entre o que devo fazer e o que realmente faço
Essa dualidade de sensações e sentimentos insistem em dominar meus pensamentos desde que me entendo por gente
Gente, é difícil não se corromper com o que o mundo nos oferece, é difícil andar na linha quando o corpo insiste em andar em círculos, é difícil sair dessa cadeia que nos prende de maneira que nos impede até de pensar
No que eu deveria pensar?
Nas pessoas que andam solitárias mesmo estando rodeadas de gente, por exemplo? No senhor que vive tropeçando na rua, por estar tão cheio de bebida? Na mãe que embala seu filho na madrugada, chorando, por não ter o que dar a ele de comer, depois que o marido os deixou?
Na igreja que não entende o seu papel aqui na terra e vive fazendo shows para atrair a atenção dos que já nem sabe o que querem?
Eu não sei mais. Meu corpo vaga pelas ruas e os pensamentos são os mais banais.
Penso, penso, penso e acabo chegando a lugar algum.
Eu sei o que deveria fazer. Sei em quem deveria me espelhar. Sei que se eu olhar para o céu, para o Alto, para Deus, todas as coisas se tornam mais fáceis, mais claras, mais válidas
Mas ainda assim, continuo parado. Pensando. Dando desculpas sempre que me pedem ajuda. Olhando para o outro lado, quando vejo alguém chorando, bem perto. Me fazendo de mudo quando sei que deveria espalhar o amor. Aquele amor que me tirou da escuridão num dia em que achei que estivesse tudo perdido. Aquele amor que se fez homem e habitou aqui, perto de mim. Aquele amor que me apresentou a verdade, que derrubou as muralhas e olhou para os meus olhos me chamando de filho
Aquele amor que é real, que é sincero, que é puro e que me permite viver um dia a mais
Aquele amor que se entregou na cruz por mim, por você e também por aquela pessoa que você nem gosta tanto assim.
Esse reino de amor que Ele me fala e te fala também para vivermos, devemos sair por aí colando nas paredes, nas nossas ações, em cada movimento do nosso corpo, no dia a dia, sair daqui, dessas paredes pintadas, dos bancos de madeira, do ventilador e do aconchego e ir lá, para o outro lado da calçada e amar. E ser amado. E respeitar as diferenças, a cor, o som, a dança do outro, mas ser luz em meio às trevas e ser sal para dar gosto e não salgar o tempero do outro, ser como Ele, viver como ele nos ensinou, amar como Ele nos amou e ser conhecido também. E caminhar, crescer, e seguir manifestando o reino de amor.
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