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Mostrando postagens de abril, 2018

Seus olhos

Olhe nos meus olhos agora e diga que você não me quer Olhe bem no fundo dos meus olhos e diga que você não pensa em mim Que tudo o que temos vivido é uma fantasia  Algo que tenho criado para te enredar e te ter mais perto Coisa minha Olhe para os meus olhos, chegue mais perto  Sinta o meu calor Sinta a emoção de me ter em seus braços De ouvir a minha respiração Da minha voz embargada chamando pelo seu nome Olhe pra mim Negue o que temos Desfaça esse sentimento que só cresce Amadurece E vai se enraizando, aqui e ai Desliza essas mãos pelos meus ombros Segurando as minhas mãos, no final desse percurso Olhe para dentro de mim, através dos meus olhos E me abrace Me envolva com seus braços enormes Protetores Acalentadores Tão seus que já são meus Mistura o seu cheiro com  o meu Sorria  Dance Me olhe agora e  divise  o que está acontecendo e afirme Que eu não preciso ficar desconsertada com o seu jeito Ou receosa da minha bagunça interior ser ainda mais des

Paz na alma

Eu  não sei o que deu em mim Perdi a noção do tempo, do espaço, já não sei ser discreto Me despeço e faço graça,você repara É paz na alma Fico confuso Te quero perto, te quero inteira, te quero longe, mas não tão longe Tenho medo de partir e tenho medo do seguro Você me acalma É paz na alma Sua pele é quente, seus lábios ardentes, sua voz me chama Acende a chama Eu danço e te chamo, você parece não ver Isso me balança, porque sempre tive controle de tudo Dos pensamentos meus, da vontade alheia, do que sentia Procuro outra direção, fomos diretos, duros Não vai dar, decidimos juntos, entendemos Você subiu Eu entrei Passaram dias, semanas, meses Estou aqui, te vendo chegar Finjo não ver Mãos com mãos Olhos nos olhos Te observo, te capturo, me entrego Não assumo Não preciso de outra decepção São planos, tem um futuro, dentro de mim a voz reclama, é essa bagunça Você sorri Não lembro mais porque fugi Seu braço encosta no meu Minha mão repousa em seu joelh

Você

Você chegou, eu vi. Eu prefiro ficar aqui. Olhando. Esperando. Sentindo o inexplicável. Observando cada passo seu. Cada brincadeira sua. Sem me mover, consigo te ver dançando, ao passar lentamente entre os bancos, cumprimentando um a um, até chegar perto de mim e sorrir. Apenas isso. Um sorriso, corações acelerados, silêncio e isso diz tanto sobre nós dois. Você senta ao meu lado e consigo sentir seu perfume, seu cheiro de roupa limpa Sua pele quente e reconfortante Sinto aquela onda de energia que me conduz a respirar profundamente Na esperança de te guardar em mim Você sorri novamente E eu percebo a sua barba por fazer, sua covinha discreta, sua mente em alerta Disfarço o que era para se demonstrar. É assustadora a situação em que vivemos, esse mistério desvendado Esse caos controlado, essa tensão apaixonante, esse amar calado e contido Seu braço encosta no meu Sei que não foi por acaso que a sua mão grande e com unhas tão masculinas veio parar

Estremecido

Acordei no meio da noite, procurei respostas e não encontrei Procurei meus sapatos e me deparei com o porta-retrato jogado no chão Peguei A foto era sua O sorriso era imenso A decepção só é minha Tentei justificar a sua ausência Tentei controlar a tristeza que saltava dos meus olhos, me trazendo dor Cheguei a pensar que, por conta dos dias em silêncio, você poderia ter morrido Não quis acreditar que já tinha me esquecido Que tudo o que conversamos, passou, não fez sentido Acabou O sentimento é muito desigual daqui de fora Você não levou em consideração nenhuma palavra sequer Eu também tenho peculiaridades Eu tenho uma bagagem Eu ainda tenho a dor real, você sabe Eu tenho verdadeiros destroços e inseguranças Mas nada ficou no lugar Você reacendeu uma chama que já estava apagada Usou das palavras, apresentou um mundo, me fez segura e partiu Sempre me adapto a situação e continuo tentando Aliás, eu continuava querendo pertencer Mas na

Ao pastor

Eu não lembro com tanta clareza quando começou a pastorear a igreja  Não lembro se pregou de terno ou qual o tema da mensagem que foi pregada no domingo Não lembro se parecia nervoso ou se, em meio a expectativa, seu semblante era amistoso Tentei lembrar de algum momento marcante Alguma coisa positiva que ficou nesses 16 anos de acompanhamento Algum embate Alguma tarde de conversa no gabinete Algum defeito irritante Lembrei de quando nos reunimos, ainda adolescentes, para falar de um projeto que o Senhor colocou em nossos corações numa viagem, entre amigos Estávamos temerosos Out7, com certeza nem seríamos ouvidos Pensamos no melhor tom de voz Nas roupas que iríamos vestir Que bobagem De primeira, fomos recebidos e acolhidos por uma bênção pastoral Uau Que pastor nós tínhamos, pensamos Todos adolescentes Sem nenhum emprego aparente Nada a oferecer E fomos levados em consideração  Nos ouviu Nos viu Aconselhou E apoiou Somou, vestiu a camisa Mergulhou Em Deus, com a gente No amor  Mais a

Vício

É estar preso em liberdade Comer manjares sem sentir sabor Passar madrugadas acordada, limitada, em desamor Como uma corrente apertada nos pulsos Tentar enxergar sentimentos no escuro Se desvencilhar do passado, sendo envolvida pelo luto Querer gritar socorro Mas sentir vergonha da nudez que a alma vestiu Eu não vivo, morro Esse caminho gélido, insosso, percorro A liberdade se perde no emaranhado das mãos que já não são minhas Nos olhos que já não são meus Na língua que percorre lacunas já antes preenchidas, pelo vazio que escolheu O cárcere se apresenta delicioso, satisfatório Os olhos fitam o vazio da tela em branco Os corpos em movimento As palavras se aconchegam, demoradamente, indecentemente, encontram espaço Recuo Pausa Tic-tac O coração é alertado, momentaneamente, decente Quisera eu ter a chave dessa armadilha solene Me entrego, não nego Os lábios que outrora eram meus, castigo-os, sem limites até o apogeu A liberdade se perde no cárcere secreto

Mais uma vez

Eu acreditei Caminhei em relutância por um longo tempo, mas acreditei Me perdi no envolvimento das palavras, mas cedi Cedi a tudo, perdi o controle, me iludi Eu acreditei na história que me foi contada No abraço apertado Nas canções que embalavam a dor  No silêncio rompido na madrugada, eu acreditei em tudo, até no amor Acreditei que pudesse dar certo Que o medo que senti a vida inteira era passado, mas não passou Tempo Cuidado Entrega E dor Eu acreditei nos reencontros no meio da multidão Acreditei nas palavras envolvidas de gratidão Eu ouvi Fiquei atenta Não me perdi Você se foi Da mesma maneira que veio, partiu Todas as dores que sangravam, revivi Todo o medo de perder, está aqui A tristeza da despedida de sempre, me invadiu Você disse que vai passar Que alguma coisa vai ficar Que meu coração, decerto amadurecido, vai aguentar essa solidão Esse pesar Esse adeus contido, sofrido, criado, inventado Esse rompimento incabível em mim As lágrimas q