Estarei por certo bem longe, inerte, te observando partir, voar – pra longe daqui, longe de mim, longe de tudo que me faça bem. Eu quero respirar, cantar e viver. Assim, sem ti, enfim... A cada anoitecer fico a ouvir, vozes distantes, palavras ensaiadas, atitudes desconhecidas que gelam todo o meu corpo e me fazem perder a cabeça; não reconheço teus passos, teu olhar, teu andar. Não reconheço o ar que me fazia respirar, não reconheço sequer o alguém que estou sempre a beijar. Isso vai ter fim? Já é o fim? Será? Pouco importa. Porque como todos os segundos, vira a mesma rotina, o mesmo caminhar, eu vou, e você me puxa. Me puxa, mas puxa tão forte que machuca! E eu choro. Choro, mas volto. E volto cada vez mais fraca, desolada, destroçada. Preciso sair, matar, morrer e cantar. Não há tempo para perder tempo! Não há! Para onde quer que eu olhe vejo os teus olhos me recriminarem, me acusarem, me chamando de hipócrita, o que é isso? Viver é uma hipocrisia? Me diz, você pode me deixar sorri