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Mostrando postagens de agosto, 2018

Sobre saudade

Sobre aprender a lidar com a saudade Aprender a conviver com a distância Não se importar com a despedida Não sei Sobre viver tentando superar Sobre ouvir a voz sem querer chorar Ter sonhos bons e não ter que despertar Não sei Sobre olhar as fotos e não sorrir Sobre não querer partir para encontrar de perto Sobre saber os riscos e manter o peito aberto Cansei Eu queria diminuir a distância Trazer para perto a presença Ouvir colada as histórias e não ter medo da ausência Queria encurtar o espaço dos passos Sentir apertado o abraço Sorrir com o cheiro familiar Mais um dia que chega Uma noite que lampeja Saudade Saudade Saudade Bate na janela Bate no coração Aumenta a expectativa E eu não sei dizer não Sobre viver sem você por perto, não sei Sobre ouvir notícias suas e continuar sorrindo, não sei Sobre olhar as fotos e não chorar, não sei Vou aprender Vou desenvolver o gosto pelo tentar Não desistir Insis

Montanha russa

Às vezes, eu me sinto numa montanha russa. Basta acordar em um dia nublado que num momento estou no céu, no topo do mundo e no mesmo instante, no fundo do poço. Pensando bem, não apenas nos dias nublados, mas todos os dias. Repetidamente, o dia todo. Sem parar. E a noite, quando o silêncio irrompe a casa, me sinto ainda mais perdida, procuro de todas as formas abrir as portas que faltam para que a mente não sufoque as minhas emoções, o que não se encaixa dentro de mim e eu preciso dar nome, dar rosto, dar gosto. Sou atraída pela escuridão. A maior parte da vida é boa, mas ninguém sabe o que tenho ouvido de mim mesma, as críticas que me faço, o vazio que me preenche, o medo que me toma. Eu levo uma vida normal. Perfeitamente normal. Para as pessoas, pelo menos. Mas escondo um grande segredo. Uma grande história. Um passado. Um presente. Um nome, também. Eu escondo a mim mesma. Sou um segredo. Uma farsa, quem sabe. Na montanha russa tudo parece divertido, quando estou com as p

Alma imoral

As palavras entrecortadas se deparam com  sussurro frio que sai de dentro de mim, as lágrimas se misturam a dor que escorre do meu corpo, o sofrimento é quase palpável, o grito ecoa pela alma vazia, buscando refúgio, sem nada a temer, teme a solidão de uma vida vã, quase sem vida, descabida, irreal, passageira, teme o inalcançável, o incabível, apenas teme e paralisa. Os lábios tremem a procura de quem os beije, as mãos nervosas e aflitas, percorrem o corpo de um alguém que tenha rosto, que não se limite ao corpo, dando sentido ao desatino, dói em mim a falta da voz. Essa alma imoral que machuca, que persegue, que irrompe as madrugadas me arrancando a pele. Que destrói tudo ao redor, consome meu sono, grita ao pudor. O quarto diminui a medida que vai escurecendo, me falta o ar, o zelo, o nexo. Fico perplexa com a profundidade do caminho no meu braço, na minha perna, na minha mente, na minha alma imoral, perene, caminho que sangra, que se mistura ao pranto, a loucura, a pe