Eu tenho medo do que me rodeia, do que minha mente grita, do meu silêncio ensurdecedor. Tenho medo de caminhar no escuro e não ver nada além de uma saída porca, perdida, ensandecida batendo na porta do meu coração, da minha razão. Tenho medo do que me apavora e do que me acalma também. Medo da madrugada.
Medo de ficar guardando emoções. De ficar deitada, vendo tudo desmoronando em cima de mim. Medo de não me reconhecer no espelho, no vendaval. De perder o medo e me afogar sozinha, em segredo, trancada, até já não sobrar lembrança, reação, ímpeto e desejo.
Tenho medo de, em dias como esse, não suportar a minha própria cobrança e sair rasgando tudo... Papéis, sonhos, desamparo, afago, pele, vida, a mim mesma. Tirar cada parte deslocada e dar voz, dar cor, dar sentido ao que fica se mexendo em mim.
Medo de ficar guardando emoções. De ficar deitada, vendo tudo desmoronando em cima de mim. Medo de não me reconhecer no espelho, no vendaval. De perder o medo e me afogar sozinha, em segredo, trancada, até já não sobrar lembrança, reação, ímpeto e desejo.
Tenho medo de, em dias como esse, não suportar a minha própria cobrança e sair rasgando tudo... Papéis, sonhos, desamparo, afago, pele, vida, a mim mesma. Tirar cada parte deslocada e dar voz, dar cor, dar sentido ao que fica se mexendo em mim.
Medo de sair e não voltar. De me debruçar na janela, sem ter hora para acabar e observar os carros passando, ligeiramente, sem me perceberem, e não me jogar.
Medo de fechar a porta, deitar na cama e não acordar.
Medo de só ter medo e nada mudar.
Tenho medo do inseguro, do que é correto, do inesperado, de todo mundo. Dos olhares, dos abraços, das fantasias, do espaço em branco que ficou na mente, na vida, na alma, no meu abraço.
Medo de não voltar a viver, a sorrir, a amar, a temer.
Medo de sair cortando todo meu mundo, pedaço por pedaço, espalhando pelo chão, gota a gota, minha solidão.
Cind Jami
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