Quis mandar você embora.
Mandar você se virar e se envolver nessa solidão mal-acostumada que costuma nos enredar nas noites frias de sexta-feira. Vontade de vomitar você e te expulsar. Expulsar você e seu jeito mandão de cima da minha cama.
Mandar você se virar e se envolver nessa solidão mal-acostumada que costuma nos enredar nas noites frias de sexta-feira. Vontade de vomitar você e te expulsar. Expulsar você e seu jeito mandão de cima da minha cama.
Mas eu não posso reclamar. É, eu sei que não posso reclamar. Mas eu queria reclamar, queria pelo menos poder reclamar, conversar, entender, decidir. Decidir por mim e por você. Coisas banais, coisas reais, coisas sérias. Ou então gritar, berrar, rugir, dar chilique, enlouquecer até você verbalizar uma frase de efeito, tal como “Preta, cala essa boca lotada de baboseira e pequenas palavras mal escolhidas e vê se me escuta de uma vez por todas: eu amo você pra caramba”, como acontecem nas histórias de filme a que não temos mais saco de ver, porque no fim a gente fica sabendo que, assim como amar, ser amado também é uma coisa que se aprende. Que se decide.
Eu quis mandar você sair, mas fiquei te observando depois que pegou no sono e vi que a minha decisão mental de te pedir para ficar todas as outras mil vezes foi mais forte. Prevaleceu.
Eu ainda insisto em nós. Eu ainda te quero como sempre quis. Eu ainda sou (e sempre serei) nós dois. Mas eu convivo com essa sensação de que você merece alguém capaz de te cuidar melhor, capaz de te amar mais do que eu te amo, diariamente. Talvez você nunca me ouça falar isso em voz alta, mas eu penso mesmo que não sou suficiente. Tomara que você nunca descubra isso sozinho.
Cind Jami (L
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