Solidão

A noite vai caindo aos poucos e a sensação de fraqueza ainda é recente. Faltam palavras, faltam sorrisos, falta aquele algo que eu não sei dizer.
Tudo clichê, tudo passageiro e a vontade ainda é maior. Vontade de romper, de gritar, de me envolver, de calar. De te calar, solidão. Te jogar para fora e caminhar de cabeça erguida. Porque as vezes eu não entendo como você toma conta da minha mente e me deixa sem saber como agir diante de algumas situações, porque você insiste em me lembrar do que já era para estar esquecido.
A noite está se passando e tudo parece tão igual.

Ao redor de cada rua, cada pessoa, cada mente perdida, me vem aquela saudade, aquele aperto aqui dentro, aquele sentimento de dor. Algo que não dá para descrever, nem mesmo para o meu espelho. A lua me diz que é possível seguir olhando para a frente, mas, percebe como é inaudível para alguns?


Hoje eu vou me calar. Deixa acontecer - deixa estar.
Não há dor que dure para sempre, não há paz que não venha reinar aqui. Logo logo o sol reaparece e a rotina me dirá que é possível conviver com essa solidão repentina e que recomeçar nem sempre é a solução para todas as coisas.


A brisa fria da madrugada me faz pensar, me toma, me seduz.
Os dias vão passar, as lágrimas secarão, tudo voltará a ser como sempre foi.
Eu vou abrir a porta para um novo momento, vou destrancar a fechadura desse coração alado, vou querer ouvir, cantar e sentir o cheiro de sentimentos bons. Vou reacender a chama dessa paixão, eu vou.


Abrirei a janela e esperarei. 

Cind Jami (L