" Querido Rodrigo,
Achei algumas cartas suas perdidas nas minhas coisas.
Pude, por segundos, sentir o seu cheiro, ouvir o seu riso, sentir as suas mãos tocando as minhas. E, doeu, sabe ?
Lembrei dos momentos felizes, dos infelizes, e revivi o que achei já ter enterrado.
Eu posso tomar mil decisões de tentar te esquecer e de prosseguir sem você, mas eu te amo. Você esteve afastado por tanto tempo, e ainda assim eu vivo sonhando com suas caras, com o seu abraço. O que é isso, me diz. Cada dia que passa te vejo mais distante, não tenho notícias, sinto-me como se estivesse vivendo assim, por viver.
Todo o ódio que digo sentir, talvez seja um amor reprimido, e me dói tanto amar assim uma pessoa e ela viver partindo o meu coração, meu inútil e despedaçado coração.
Eu tenho consciência de tantas coisas que se passam pela minha frente, pela minha vida. E sei que a pior de todas é esse amor; o que você nunca sentiu e nem nunca vai sentir. Você é uma farsa, não é Rodrigo ? Uma invenção infantil da minha mente doentia ? Eu me apaixonei pelos seus poemas ou por quem você realmente é, ou era ?
Me pergunto se já é tarde e se ainda posso voltar;
tenho todas as suas fotos espalhadas pelo chão do meu quarto. Me diz, Rodrigo, foi tudo invenção da minha mente doentia ?
Eu nunca vou saber.
Talvez você esteja por aí, tentando achar o caminho de casa, sentado num banco de praça, com frio, com saudades minhas e chorando, sozinho. Talvez.
Pauline."
Cind Jami (L
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